Participação e autonomia de pessoas que moram nos serviços residenciais terapêuticos: contribuições da terapia ocupacional
Palavras-chave:
Institucionalização, Serviços de Saúde Mental, Terapia Ocupacional, Autonomia, Participação SocialResumo
Introdução: Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) representaram grande avanço no processo de desinstitucionalização brasileiro. Porém, faz-se necessário investir nas discussões que contribuam para que esses dispositivos sejam espaços potentes de habitação e de valorização da subjetividade de seus moradores. Objetivo: Investigar a participação e o exercício da autonomia dos moradores de SRTs do tipo II, a partir da sua própria percepção. Método: Trata-se de pesquisa qualitativa, exploratória e documental, realizada por meio de coleta de dados documentais e de entrevistas. Participaram do estudo 8 moradores de SRTs tipo II. O material produzido foi submetido à análise temática. O conceito do Cotidiano embasa o estudo, a partir das perspectivas da terapia ocupacional, da Teoria do Cotidiano de Agnes Heller e da Reabilitação Psicossocial. Resultados: A institucionalização prolongada está estreitamente relacionada com a pouca participação e autonomia dos participantes em seu cotidiano, com a pouca ou inexistente apropriação do SRT e com a percepção que eles têm de si como pacientes, e não como moradores de suas casas. O exercício da autonomia pelos participantes é relacionado ao seu desempenho e funcionalidade na realização das atividades diárias e à assistência integral pré-estabelecida para o SRT tipo II. Conclusão: Concluiu-se que a terapia ocupacional traz contribuições fundamentais relacionadas à participação e à autonomia de pessoas que, devido às institucionalizações prolongadas, encontram-se em situação importante de cronificação. A participação nas atividades cotidianas e a possibilidade do exercício de autonomia no SRT são o primeiro passo rumo à definitiva possibilidade de inclusão social de seus moradores.
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