Experiências de racismo epistêmico entre terapeutas ocupacionais
Palavras-chave:
Poder, Conhecimento, Racismo, Justiça Social, Pesquisa QualitativaResumo
Objetivo: O racismo epistêmico estabelece os saberes e formas de saber de um grupo dominante como legítimos, invalidando os de grupos marcados pela racialização. As profissões são demarcadas por suas reivindicações de conhecimento, tornando o racismo epistêmico um poderoso mecanismo de exclusão dentro das profissões. Este artigo examina experiências de racismo epistêmico em terapia ocupacional no Canadá. Método: Usando uma abordagem qualitativa interpretativa crítica, dez terapeutas de grupos racializados foram entrevistados (pessoalmente ou por telefone) e as transcrições foram codificadas e analisadas indutivamente. Resultados: Os participantes vivenciam rotineiramente o “desajuste” epistêmico com a profissão, raramente se vendo refletidos na base de conhecimento, liderança, valores ou suposições da profissão. Os terapeutas ocupacionais racializados eram rotineiramente negados a perícia e autoridade, por alunos, clientes e colegas. Eles caminharam na corda bamba entre a assimilação profissional e a marginalização. Conclusão: A presença de terapeutas ocupacionais racializados é insuficiente, sendo sua autoridade consistentemente deslegitimada e eles são obrigados a assimilar a ordem vigente. Os papéis de liderança para terapeutas ocupacionais racializados devem ser acompanhados de multiplicidade epistemológica, destruindo a dominação da branquitude.
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