Feminismo decolonial e terapia ocupacional: relato de experiência de um estágio curricular no contexto da pandemia
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional, Feminismo, Epistemologia, Colonialismo, CulturaResumo
Este relato é um aprofundamento teórico a partir das práticas de estágio remoto de terapia ocupacional junto ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de um território do município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. As práticas estão referenciadas pelas terapias ocupacionais do sul e pelas perspectivas feministas decoloniais. Durante o estágio, foram realizados acompanhamentos singulares, um grupo virtual com usuárias do CRAS e um grupo formativo voltado para trabalhadoras dessa instituição. Por meio das intervenções, tivemos acesso às histórias de vida marcadas por opressões de gênero. Com o auxílio de Patrícia Hill Collins, entendemos como as imagens de controle operavam nas atividades cotidianas das mulheres, sobretudo atividades relacionadas ao cuidado. As intervenções encontraram suporte no paradigma ameríndio da tradução, sublinhando o equívoco como fundamento do cuidado em terapia ocupacional. Propusemos as Atividades de Tradução Cultural como método de intervenção terapêutico-ocupacional, que prevê e se utiliza da diferença cultural em prol de novas formas de experimentação, conscientização, coletivização e incitamento ao enfrentamento das opressões.
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