“A principal barreira para alcançar o bem-estar sanitário da comunidade travesti é a patologização de nossas corporeidades”. Entrevista com Anastasia María Benavente sobre o direito à saúde das pessoas trans
DOI:
https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO290237683Palavras-chave:
Pessoas Transgênero, Identidade de Gênero, Gênero e Saúde, Direitos de Gênero, Perspectiva de Gênero, MedicalizaçãoResumo
A experiência de saúde e bem-estar das pessoas trans tem sido pouco pesquisada na terapia ocupacional. Para aprofundar esta problemática, desde a perspectiva situada e protagonista da comunidade, apresentamos uma entrevista com Anastasia María Benavente, pesquisadora, professora, atriz, performer e ativista da comunidade travestitrans. Ao longo deste texto são revistos os avanços legislativos e as tensões que as leis de identidade de gênero tiveram no Chile, em comparação com a experiência argentina. É descrita a violência estrutural vivida pelas pessoas trans e como ela produz desigualdades no acesso ao trabalho, à saúde e ao bem-estar, diminuindo inclusive a sua esperança de vida em comparação com as pessoas cisgênero. Além disso, são abordadas as barreiras que a comunidade travesti vivencia na atenção à saúde, destacando como a má formação em questões de gênero dos profissionais de saúde reproduz a patologização das corporalidades trans. Por fim, a entrevistada compartilha alguns dos avanços de sua tese de doutorado, evidenciando como a comunidade trans-travesti desenvolveu historicamente estratégias e conhecimentos coletivos de sobrevivência, o que incentiva a terapia ocupacional a sustentar uma visão crítica tanto das relações estruturais de desigualdade, como também na agência das comunidades.
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