Abordagem Floortime no tratamento da criança autista: possibilidades de uso pelo terapeuta ocupacional/Floortime approach in the treatment of autistic child: possibilities for use by occupational therapists
DOI:
https://doi.org/10.4322/cto.2014.060Resumen
A interferência causada pelo autismo nas áreas de ocupação de um indivíduo é extremamente significativa e deve-se principalmente a comportamentos relacionados a déficit nas habilidades emocionais, cognitivas, motoras, sensoriais e de interação social. Nas crianças, tais comportamentos são evidenciados especialmente através do brincar, por meio da fixação em objetos, dificuldades no pensamento abstrato-simbólico, na partilha de brincadeiras, entre outras; ou seja, um brincar pobre e estereotipado que caracteriza um atraso no desenvolvimento. O terapeuta ocupacional, visando estimular e desenvolver habilidades das crianças autistas e sua participação social de forma típica, utiliza diversos modelos e abordagens para alcançar seus objetivos. O presente estudo teve como objetivo descrever os princípios básicos de um promissor modelo – o Modelo DIR (Developmental, Individual Difference, Relationship-Based) e sua principal Abordagem – o Floortime, e discutir sua eficácia quando utilizada sob a óptica do terapeuta ocupacional no tratamento da criança autista. Realizou-se levantamento bibliográfico a respeito da abordagem e constatou-se que ela se caracteriza por uma série de interações espontâneas e criativas que ocorrem no chão, em que se encoraja a iniciativa da criança e seu comportamento intencional, buscando promover as habilidades fundamentais até o nível mais elevado que a criança consiga chegar por meio da brincadeira. Os achados nas pesquisas já realizadas com crianças autistas apontaram a eficácia da intervenção baseada no Floortime, além de diversos pontos comuns entre os princípios da abordagem e os princípios da Terapia Ocupacional, confirmando a possibilidade de uso do Floortime pelos terapeutas ocupacionais no atendimento junto a esta população.