Cotidiano de cuidadoras informais: perspectivas da terapia ocupacional
DOI:
https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO263434403Palavras-chave:
Terapia Ocupacional, Atividades Cotidianas, CuidadoresResumo
Introdução: Este artigo se propõe a abordar e compreender o cotidiano de cuidadoras informais e analisar suas narrativas na perspectiva da terapia ocupacional, sob as implicações nas áreas ocupacionais. Objetivo:Analisar a partir das áreas de autocuidado, produtividade e lazer, as narrativas de mulheres que exercem a função de cuidadora informal. Método: Pesquisa qualitativa, com abordagem narrativa para obter a história e a experiência das cuidadoras desde que assumiram esse papel, por meio de uma entrevista semiestruturada realizada com cinco cuidadoras informais pertencentes à comuna de Valdivia, Região de Los Ríos (Chile). Resultados: Foram identificadas repercussões na área de autocuidado, expressas em sobrecarga, multiplicidade de papéis, distúrbios de humor e sono. Em termos de produtividade, essas mulheres conseguiram conciliar o seu cotidiano com o trabalho, sendo o apoio de terceiros um fator de proteção. Por último, no lazer, os espaços próprios são drasticamente reduzidos tanto pelo trabalho como pela situação de saúde, impossibilitando o equilíbrio em suas rotinas. Conclusão: O exercício do papel de cuidadora implica uma mudança nas áreas ocupacionais, o que afeta direta e indiretamente o seu cotidiano, visto que ocorre uma ruptura abrupta em sua rotina, sendo potencializada pela falta de apoio social e/ou pela normalização do desempenho desse papel por mulheres. Além disso, as medidas de confinamento devido à COVID-19 aumentaram o impacto do papel de cuidadora no cotidiano dessas mulheres, expresso em maior carga de trabalho e diminuição significativa do autocuidado.
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